quarta-feira, 28 de março de 2012

São Paulo Mon Amour @ MuBE


Exposição São Paulo Mon Amour






                  Por : Hugo Heitgen Neto, dia 28/03/2012


MuBE- Av. Europa, 218 
de 13/3 até 1/4 (terças, quartas, quintas, sextas, sábados e domingos das 10h às 19h)
Link: http://mube.art.br/expos/sao-paulo-mon-amour-varios-artistas/
Entrada franca

Curador: Sérgio Miguel Franco







   A exposição é uma grande expressão urbana, retrata momentos e nuances da metropole, talvez uma frase (um pouco clichê) que se encaixaria bem para São Paulo Mon Amour seria ''a cidade nua e crua''




   As maneiras de expressão estão em diversas formas pelo salão, em sua maioria são fotografias de São Paulo e de Paris (as duas grandes cidades mostradas na exposição, mas principalmente São Paulo), também há esculturas e algumas instalações com video e audio. o ambiente criado pelo curador realmente nos remete à vida urbana, uma certa poluição sonora e visual, mas não incômoda, talvez pelo fato de já estarmos acostumados com isso no nosso dia-a-dia.




    Há grande presença de grafittis e pixações, manifestações muito presentes em todas as cidades hoje em dia. Mas em algumas fotografias é clara a influência do movimento artístico Futurismo, o que se encaixa muito bem no conceito da exposição.



  
      Após passar aproximadamento 30 minutos observando tudo, concluo que São Paulo Mon Amour cumpre bem sua proposta, o ambiente é bastante sinestésico e as obras provocantes, algumas por mostrar força mecânica em obras de metrô, outras por mostrar muita sensualidade através da nudez e as interessantes instalações de video nos causam alguns momentos de reflexão e um pouco de agonia.














segunda-feira, 26 de março de 2012

Circo no Beco


Circo no Beco Sábado - 17 de março.
Por - Mariana F. Felix


 A espera do espetáculo!!


Lúdico, mágico e intrigante.
Essas são algumas palavras que pretensiosamente tentam expressar o universo circense de artistas de rua.
Onde?  No Circo do Beco na Vila Madalena.
O circo no beco é um projeto que acontece bimestralmente na rua Belmiro Braga - Vila Madalena. O local é um Beco Grafitado que  também conta com uma quadra da prefeitura onde são realizadas as apresentações. 
O objetivo do Circo no Beco é fazer com que artistas de rua se reunam para apresentar números, sejam eles; musicais, de malabares, acrobacias ou esquetes (mini apresentações).

Todas as segundas feiras a partir das 18 hs da tarde malabaristas e palhaços frequentam o espaço para treinarem, aprimorarem seus números e conhecerem outros malabaristas.

Marquinhos Pires - Organizador do evento.



Aros, claves, bolinhas e "diabolos" voam pelo ar.
Os olhares dos espectadores brilham, tencionam-se a cada movimento exercido pelos artistas e ficam apreensivos com medo do número não dar certo.
Por maior que seja a dificuldade, o artista enche o peito de orgulho e concentração, abre um sorriso enorme de satisfação ao conseguir finalizar o número previsto e caso ele erre, é calorosamente acolhido pela platéia com palavras de incentivo : "Eu acredito!"

Danças, acrobacias, músicas, esquetes e malabaristas, tudo em um só lugar!
Pessoas que acreditam poder trazer ao mundo PAZ, CULTURA e EDUCAÇÃO através de sua ARTE.
Na platéia? Os mais variados gêneros possíveis; crianças, jovens, adultos e senhores, todos com a mesma intenção... Entrar na magia do  mundo circense apresentado por artistas de rua.



A organização do projeto "Circo no Beco" é realizada pelos mesmos idealizadores do projeto "Encontro de Malabares", Antonio Marcos Pires e Duico Vascolncelos. 
O Circo no Beco existe a nove anos e o encontro de malabares as segundas feiras a oito anos. Vale a pena ressaltar o quanto os artistas se interessam e se empenham para a concretizar o projeto.



Começa o Circo :

O evento estava previsto para começar as 19 horas, porém com atraso dos Palhaços Apresentadores, o Organizador Antonio Marcos (Marquinhos) - "mestre cerimônia" e carinhosamente apelidado de "Maestro" anunciou o início do "Palco Aberto".

Palhaços apresentadores; Titina e Mangaba.



 A ideia de um palco aberto consiste em abrir espaço para a própria platéia realizar números e truques. 
Iniciando as apresentações do Palco Aberto, Marquinhos convidou os músicos da plateia para  tocarem em sua banda  em construção - "Aspirinas Japonesas", houve apenas um candidato e eles começaram a improvisar aos aplausos da platéia, tocaram  Acordeon e Pandeiro.


Marquinhos (organizador) e PC  (platéia) se apresentando no Palco aberto. Banda "Aspirinas Japonesas"


O palco aberto durou aproximadamente 40 minutos, houveram várias apresentações da platéia pois muitos espectadores eram também malabaristas ou artistas de teatro. 
Entre  as apresentações mais marcantes foram: Malabares com Diabolô uma apresentação realizada por  Lucas Gardezani, malabarista jovem que  ganhou o concurso "Youtube Next UP Brasil", o site apostou em seus videos  e Lucas ganhou um patrocínio do Youtube para incentiva-lo a continuar produzindo vídeos com conteúdos de Malabares na internet. 

Outra apresentação incrível de palco aberto foi a de Jefferson Freire, malabarista residente do grupo circense "Universo Casuo", idealizado por Marcos Casuou ex Cirque du Soleil,  Jeff apresentou todas as suas técnicas de malabares: Aros, bolinhas e clave.  O "grand finale" de sua apresentação  foi o momento mais emocionante, ele subiu em um Monociclo, pegou seu violino  e tocou uma parte da música "Violin Concerto in A Minor RV356" de Vivaldi.

Jefferson Freire se apresentando no Palco Aberto.

Ao final do Palco Aberto, uma pessoa da platéia foi convidada pelos palhaços apresentadores para cortar a Faixa inaugurando o Circo no Beco.

 Uma Senhora da platéia cortando a faixa dando início  ao circo.




Houveram cerca de seis apresentações, iniciando com um Malabarista Chileno que jogava Claves juntamente com um som Psicodélico ao fundo, houve também um número emocionante de contorcionismo e Yoga, uma Esquete de Humor com Malabares, um número de Contato e esquetes clássicas de palhaços feitas pela Companhia Reprise.O evento terminou por volta das 22 horas.

Contorcionismo - Gabriel Habuud.

 
Malabarista Chileno - Juan Tavaréz.



É inevitável não se apaixonar por esse universo de magia, um local acolhedor onde ninguém é melhor do que ninguém. 
O desejo de expressar os sentimentos demonstrar o sentimentos através da arte é imenso.
As cortinas da rua são os olhos dos espectadores que ficam extasiados e obnubilados com as cores das apresentações e da pureza com que aqueles seres humanos encaram a vida. 


Beco da Vila Madalena:
Rua Belmiro Braga 186
Toda segunda a partir das 18:00 hs encontro paulista de malabares.
Uma vez por bimestre - Circo no Beco.

domingo, 25 de março de 2012

Exposição fotográfica PAESANI - Emidio Luisi

 

Por Isabella Pizzingrilli

As fotos contam a história da imigração italiana na capital paulista. A exposição é pequena, porêm muito interessante. Ver essas fotos antigas me fez lembrar do meu avô Fineo Pizzingrilli que era um imigrante Italiano. 


Prestando uma homenagem aos imigrantes que ajudaram a construir o país. Emidio, que veio da Itália aos sete anos de idade, soube como organizar a exposição e ilustrar uma parte tão rica da história da ligação Brasil/Itália. 


Desde o final do século XIX, a presença italiana foi incorporada ao território e à cultura brasileira, constituindo-se como um dos principais grupos de imigrantes em nosso país.
Devido a desfavorável conjuntura, que expunha à fome e a miséria de milhares de europeus, somada à necessidade do Brasil de contratar mão-de-obra para substituir o trabalho escravo, os italianos que aqui chegaram movidos pela possibilidade de encontrar melhores condições de vida e de trabalho.
A força de sua influencia marcou profundamente as regiões sul e sudeste, nas áreas rurais e urbanas, podendo ser observada em esferas distintas da sociedade, como ênfase no trabalho, no apego à reliosidade, nas tradições culinárias, assim como nas artes e arquitetura.




Algumas fotos da exposição:






Residencia da família Boff, interior de Caxias do Sul. (1904)

Foto de Domenico Mancuso
Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami

              


                                          








                                          Ferreiro, Marcenaria, Artesãos e Selaria 









            Cidades de origem Italiana, Rio Grande do Sul








Lazer no Bixiga



                                                                                                                                                      Colheita da Uva                    
               


                      


     Agricultura






 Preparo do Queijo, Pão e Polenta









                                                                    
                               


Exposição Paesani
Data: de 23 de fevereiro a 27 de maioHorário: de terça a sábado, das 10h30 às 21h30; domingos e feriados, das 10h30 às 18h30Local: SESC PinheirosEndereço: Rua Paes Leme, 195 - PinheirosGrátisTelefone: 3095-9400
www.sescsp.org.br 

quarta-feira, 21 de março de 2012

INVASÃO EM SÃO PAULO
por Bruno Mariz


Rua Aspicuelta


O artista francês Invaders veio para São Paulo ano passado a convite do Masp para a exposição "De dentro para fora".
Jamais revelando seu nome verdadeiro, Invaders intervem na paisagem urbana construindo réplicas dos monstros invasores do jogo Space Invaders (origem do codinome do artista) feito para video-games de 8 bits.


Rua 25 de Março

Invaders usa azulejos e cimento para espalhar seus invasores pelas cidades do mundo.
Aqui em Sampa, produziu 50 monstrinhos que estão espalha dos pela cidade (mapa completo no llink: http://maps.google.com.br/maps/ms?ie=UTF8&oe=UTF8&msa=0&msid=214106657362604054425.0004a9b2aac2063ae44f0 ). Nada comparado aos mais de mil invaders que ele espalhou em Paris, sua cidade natal.
A graça da brincadeira é caça-los pela cidade, muitos deles estão em lugares visíveis, mas alguns ficam bem escondidos. 
Rua Dr. Arnaldo
Segue uma entrevista bem interessante que o artista deu ao jornal Folha de São Paulo quando esteve aqui:



Folha - Por que "Space Invaders"? O que esses personagens representam?
Invader - Foi uma espécie de acidente. Eu era um jovem artista e sabia que era arte o que eu queria fazer. Eu testava vários materiais. E eu passei a me interessar por imagens digitais, formadas por pixels. E comecei a fazer painéis de mosaicos que  dialogassem com a estética digital. Um dia eu fiz um Space Invader no meu estúdio e pensei e colocá-lo fora do estúdio. Colei perto do estúdio, num muro. Isso foi em 1996. Dois anos depois, chegando no meu estúdio, caiu a ficha. Eu tinha feito algo interessante: era um "Space Invader", estava lá há dois anos, as cores continuavam boas, ao contrário das pinturas, que se desgastam. Aquilo era uma sentinela e estava invadindo um espaço! Pensei: "Continue com isso! Transforme isso num projeto. Vá invadir espaço!".

Demorou dois anos pra você perceber isso?
Sim! Só depois resolvi invadir Paris. Mas em seguida percebi também que não queria que isso fosse um projeto francês, mas global. Então, já em 1999 eu comecei a invadir Londres, que estava menos de três horas de trem de Paris. Fui para Tóquio participar de uma exposição e invadi Tóquio. Fui para Nova York e invadi Nova York. Vim para São Paulo e invadi São Paulo. Desde 1998, minha vida é essa: viajo pelo mundo para fazer exposições e invado as cidades.

Qual é a sensação de "invadir" uma cidade?
Sabe o filme "Clube da Luta"? Parece que estou num sonho, como no filme. Eu viajo muito e me sinto como um invasor: me programo, compro os materiais, escolho os locais e saio durante as madrugadas para invadir a cidade. Fiquei 20 dias em São Paulo, que é o tempo mínimo necessário para fazer uma invasão, e foi uma imersão total num videogame. É engraçado, mas minha vida é sair de madrugadas e colar peças ilegalmente nos muros. E de repente eu me pego às 5h da manhã, em Katmandu, e os cachorros estão latindo ao meu lado, e há macacos perto de mim e eu penso: "Mas o que diabos eu estou fazendo?". E isso é o que é mais belo de ser um artista. É como realizar um sonho subversivo. Você dá novos sentidos para a vida. Essa é minha missão poética.


Liberdade

Qual é o papel do mistério e da surpresa no seu trabalho?
É extremamente importante. Minha ideia é surpreender as pessoas e apontar uma alternativa aos sinais e placas de trânsito e à publicidade nas ruas. É um jogo com a população. O mais interessante da street art é que você pode tocar toda e qualquer pessoa. Se você colocar uma obra num museu, talvez tenha sorte se 10% da população da cidade a veja. Quando você cria uma obra nas ruas, pode ser visto pelo presidente e pelo morador de rua. E, para ser um bom artista de rua, é preciso surpreender as pessoas.


Como você escolhe onde colocar um "Space Invader"?
O material é pesado para carregar. A matéria-prima é preciosa pra mim, os azulejos. E a quantidade que posso fazer é limitada por isso. É como uma acupuntura urbana. Eu tenho alguns critérios. Visibilidade, quanto mais gente puder vê-lo, melhor. Por outro lado, confidencialidade pode ser também um critério: um "Space Invader" escondido em algum lugar para alguém descobrir. O critério fotogênico é importante, porque todas as peças que eu faço são fotografadas em close e à distância no dia seguinte. E todas elas são diferentes. Ando com um caderninho no bolso onde anoto exatamente onde as coloquei e depois passo todas essas informações mais as fotos para uma grande base de dados que tenho em casa. E cada uma delas é uma obra de arte, mas a obra de arte é toda a rede de "Space Invaders" do mundo em conjunto, como uma escultura sobre o planeta.


Como você vê essa mudança na percepção da arte urbana, de vandalismo à consagração em museus e galerias?
A arte urbana passou de uma cena underground para mainstream. E eu não sou o tipo de cara que gosta de mainstream. Sou muito mais uma banda de punk obscura do que o último disco da Madonna. Ao mesmo tempo, quando algo é interessante e se torna mainstream por conta disso, é algo bom.

terça-feira, 20 de março de 2012

Anti-horário - Griselda Motta e Leandro Lima



Por Mayara Galli


   A exposição reúne obras do casal Griselda e Leandro, onde tentam simular de certo modo, processos ligados à vida usando sistemas, padrões, medidas e variações.  O espaço é relativamente grande, é possui obras que chegam a ocupar uma sala toda, como é o caso da ANTI-HORARIO, que dá nome a exposição. Lá dentro as obras ficam “soltas”, não há avisos nem informações sobre elas, mas caso haja interesse, na portaria você pode pedir que eles te dão um papel com todas as informações, nomes e composições.
  Apesar de não ter muitas obras, é bem interessante. Poucas delas são estáticas, a maioria se move, algumas fazem barulhos, e outras, apesar de paradas, dão a sensação de movimento e te dão imagens diferentes dependendo do ângulo em que se olha.



Os dois quadros formam a obra "DNA" e apresentam imagens, feitas no acrílico, de lutadores. A imagem é tratada como as impressões do código genético e remete aos fluxos de sangue do corpo.







 A atração principal, e que dá nome à exposição, é um video. O "ANTI-HORARIO" remete ao movimento cíclico da existência humana. Mostra pessoas se deslocando por uma superfície similar a um relógio de parede, sinalizando o homem contra o tempo.




 Os quadro da obra "CAPTCHA" são frases extraídas  de um diálogo do filme "2001:Uma odisséia no espaço".
As frases foram distorcidas digitalmente para o padrão captcha: um acrônimo da expressão e produzidas por máquinas de bordado industrial programadas por um computador, na tentativa de se relacionar com a cena do filme, onde os astronautas se veem à mercê do computador, que se mostra mais humano e passa a controlar a nave.


 Finalmente, em "CALAR" uma câmera de termovisão transforma uma radiação infravermelha invisivel ao olho humano em uma imagem densa e perceptível a olho nu. A obra revela a energia em forma de calor emitida pelos corpos que se transforma através do toque.




Anti-horário  - Griselda Motta e Leandro Lima
Galeria Vermelho
Rua Minas Gerais 350 Consolação 
de 07/03/2012 a 05/04/2012
Horario: de terça a sexta das 10h às 19h - sábado das 11h às 17h

NATUREZA IMPERMANENTE



por Júlia Saleh

       "No lugar de levar em direção a um realismo representativo, o domínio técnico e o detalhismo visual manifestados na obra de Kilian Glasner funcionam como ferramentas de expressão poética da imaginação e do subconsciente do artista. Suas estradas e percursos indicam claros trajetos a serem seguidos, mas o destino é uma espécie de limbo luminoso situado nos limites do infinito." - Assim é introduzida a exposição Natureza Impermanente, de Kilian Glasner, na Caixa Cultural até o dia 22 de abril.

      


     
     As obras, pintadas com carvão ou pastel preto sobre papel branco, são todas representações de paisagens infinitas, com elementos naturais, árvores, nuvens, água e neblina, envolvendo caminhos e estradas. Aproximando-se do ponto de fuga, as linhas se tornam indefinidas e os limites se desfazem, "criando um ponto de interseção do mundo material com a fantasia de natureza onírica".
Karma
256cm x 141cm
Pastel sobre papel
2011
Oco e vazio
109cm x 172cm
Pastel sobre papel
2011
Mudo
151cm x 142cm
Pastel sobre papel
2012



    "Apesar de rígidos em suas construções estruturais, os quadros da exposição engolem os observadores  e os jogam em ambientes de suspensão existencial." Ao colocar-se em frente às obras, sente-se como em uma encruzilhada, os diversos caminhos levam a destinos desconhecidos e incertos, mas que atraem e despertam a curiosidade.

"L"
140cm x 300cm
Pastel sobre papel
2009


       A ideia de impermanência contida nas obras leva a uma reflexão sobre o tempo, o destino e as dúvidas que envolvem as incertezas do futuro e a efemeridade do presente. 



Sem título
29cm x 76cm
Pastel e carvão sobre papel
2012

Natureza Impermanente - Kilian Glasner
Caixa Cultural São Paulo
Av. Paulista, 2083, São Paulo/SP
14 de Março a 22 de Abril de 2012
terça a sábado, das 9h às 21h
domingos e feriados, das 10h às 21h


segunda-feira, 19 de março de 2012

Ocupação Angeli


por Ariane Holanda Gaeta


Trata-se de uma exposição que reúne 800 obras do cartunista Arnaldo Angeli Filho, entre elas, 80 são originais feitas especialmente para o evento que acontece no Itaú Cultural. É uma espécie de retrospectiva do artista, onde podemos encontrar desde seus esboços até seus mais famosos quadrinhos e arquivos pessoais. Vale a pena conferir!







Neste domingo (18/03), fui à exposição de Angeli. Fiquei encantada desde o primeiro momento em que entrei naquele espaço que, de fora parecia tão pequeno e simples, mas por dentro era um universo totalmente ironizado, repleto de charges e tirinhas, cartazes e revistas com idéias brilhantes e um talento de deixar o queixo caído.

Ao entrar, me deparei com paredes todas desenhadas e muito bem trabalhadas. Havia muitas estantes com gavetas e algumas prateleiras (todas elas repletas de obras do cartunista). De início, comecei lendo a todas as tirinhas, abria todas as gavetas para ler a continuação das histórias... mas, infelizmente não consegui ler tudo (as 800 obras) pois o local estava insuportavelmente lotado! Era muita gente dos lados querendo ver tudo de pertinho e nos detalhes, querendo fotografar todas as artes, e isso causava um certo desconforto. 


1: Feijão, FSP, 1974; Primeira charge (sem título) publicada na FSP, 1975; HQ publicada na revista Balão, 1974.
2: Velho Cartunista, FSP, tiras produzidas entre 1997 e 2008.

Autocaricatura, revista TPM, 2002. Impressão sobre papel Hahnemuhle Photo Rag - 308 gsm.

Olhando as gavetas!

Estojo que estava dentro de uma das gavetas.

Revistas

Em algumas paredes, pude encontrar também, televisões com fones de ouvido. Nela, estava passando uma espécie de documentário, onde o cartunista Angeli contava histórias e gostos pessoais. Havia cerca de 4 televisões, cada uma com um conteúdo diferente! 

Em seus vídeos, o artista dizia que não consegue desenhar os outros, ele desenha o que o incomoda. Afirma que seu desenho melhorou, está mais apurado e mais particular. Diz também, ter medo, desde o Brasil virar um país ridículo até ele perder a própria mão (ele entra em crise, pensa em tudo). É extremamente orgulhoso por ter eito tudo iss, principalmente por sua dignidade. Aqui estão algumas frases ditas pelo próprio cartunista, vistas nas televisões.

"Cuido das personagens a ponto de acharem que sou aquilo. Sou um cartunista que desenha imagens que daria meu prazer para eles. Não sou um ilustrador."
"Cansei do espaço da tira. Achei que já tinha feito tudo o que tinha pra fazer. Não tenho vontade de criar novos personagens."
"É apenas um bom desenho."
"Preciso ter um controle. Tudo que está aqui, são coisas que estou pensando."
"Tenho a capacidade de passar uma ou duas semanas sozinho sem me comunicar. Fico em casa rabiscando na prancheta (desde pequeno)." 
"Tenho mania de guardar coisas (cd, bloco de anotações) mas nunca as uso."
"Minha prancheta é minha casa, não consigo dormir ou ficar muito tempo longe dela (é meio doente). Até almoço e janto na frente da prancheta."
"Levo material de trabalho para viagens (nunca os uso, mas levo)!"
"Gosto de apurar os desenhos."

Anotando as falas do cartunista.

Uma das paredes com o vídeo e os fones.


Além de tirinhas, charges, quadros e revistas, encontrei maquetes espalhadas pelo espaço também! E não pude deixar de notar um frigobar vermelho enorme no meio do nada. Ao abrir, havia quadrinhos engraçados com pinguins! 

Maquete produzida para o curta-metragem Dossiê Re Bordosa, de Cesar Cabral, 2008.

Mondo Pinguino - ilustração para o caderno Ilustríssima, FSP, 2011.


Andando mais um pouco, pude perceber que suas obras possuem um lado muito erótico e maluco. Suas charges são tão eróticas, a ponto de ter uma sala censurada, onde era estritamente proibida a entrada de menores de 16 anos. Quando entrei, até me assustei. O ambiente era quente, com luzes vermelhas e charges muito malucas! Na parede, havia vários puxadores, e ao colocar os olhos no buraco do puxador, encontrávamos um quadrinho erótico, cada um com um conteúdo diferente. É um tanto quanto engraçado!!! 

Observando os quadrinhos eróticos, mas não ainda na sala censurada.

Entrada da sala censurada!

 
Primeiro retiramos o puxador, depois colocamos os olhos no buraco e dentro, estava a charge erótica!


Achei tudo muito interessante na exposição, até mesmo as charges políticas. Angeli possui um talento incrível e com apenas um desenho, ele é capaz de arrancar milhares de sorrisos! Ao todo, tirei aproximadamente 300 fotos da exposição, de tão legal que achei! Recomendo muito, pois é um passeio super divertido e cultural! 

1: Capas da Revista Piauí.
2: Cartaz do Festival Abril Pro Rock, 2008; A Megera Domada - cartaz para o teatro do ornitorrinco, 2008; Cartaz da 21 Mostra Internacional de Cinema, 1997; Cartaz da 14 Mostra Internacional de Cinema, 1994.

Charge política que encontrei dentro das gavetas!

Gavetas com várias tirinhas e charges dentro.

Retrato de Arnaldo Angeli Filho




Ocupação Angeli
Itaú Cultural:  Avenida Paulista, 149 - Paraíso

De 16/03/2012 a 29/04/2012
Terça a sexta das 9h às 20h. Sábado, domingo e feriado das 11h às 20h
Indicado para todas as idades, exceto a sala com conteúdo impróprio, indicada para maiores de 16 anos
Entrada Franca


Para mais informações: (11) 2168 1777
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