segunda-feira, 30 de abril de 2012



Exposição: Marco Maggi – Desinformação funcional, desenhos em português

Por  Carolina Lima






O instituto Tomie Ohtake trás a primeira mostra individual em uma instituição brasileira do artista uruguaio Marco Maggi. Destaque da Bienal de São Paulo em 2002, suas obras fazem parte de coleções importantes como a do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque ( MoMA) e da Fundação Daros da Suíça.  Desinformação funcional, desenhos em português reúne 12 trabalhos realizados entre 2008 e 2012. Entre esses trabalhos encontrei uma instalação feita com 351.400 folhas de sulfite A4 divididas em montinhos de 500, que tem em seu topo cortes delicados formando figuras tridimensionais. O incrível desse trabalho é que Marco Maggi não usa um papel de “alta qualidade” e sim uma folha sulfite A4,  que é considerada simples, descartável.









Incubadora, 2012
Cortes sobre 351.400 folhas de papel A4 instaladas no chão
Dimensões variáveis 
Cortesia Galeria Nara Roesler



Marco Maggi usa lápis e estiletes para ferir a superfície do papel formando imagens geométricas. É incrível a delicadeza do corte, a suavidade dos desenhos, o  legal é que nenhuma figura se repeti, todas são diferentes e incomuns. É  fascinante ficar olhando a sombra que as imagens formam, da a impressão de serem mesmo tridimensionais.




Kodak Square ,2012
Carrossel de slides Kodak
25 cm
Cortesia Galeria Nara Roesler




"Meu trabalho fica no limiar entre duas e três dimensões: a gravura e o desenho, o plano e a instalação, a linha que corta o papel e a micro escultura" – Marco Maggi







Slinding, 2008
Lápis sobre alumínio e molduras de slides
74x 58,5 cm
Cortesia Galeria Nara Roesler



Exposição: Marco Maggi – Desinformação funcional, desenhos em português
8 de março a 13 de maio de 2012
 de terça a domingo, das 11h às 20h – entrada gratuita

Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela R. Coropés) - Pinheiros SP
Tel: 11.2245-1900





quarta-feira, 25 de abril de 2012

Alberto Giacometti: Coleção da Fondation Alberto et Annette Giacometti, Paris





Por Beatriz Roque

A exposição “Alberto Giacometti: Coleção da Fondation Alberto et Annette Giacometti, Paris” está sendo apresentada na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Para a exposição foram selecionados cerca de 280 trabalhos, sendo 80 esculturas de tamanhos variados, 40 pinturas, 80 trabalhos sobre papel, fotografias e documentos. A mostra traça todas as etapas da trajetória do artista em um percurso tanto cronológico quanto temático.

Esculturas em gesso no ateliê de Alberto Giacometti, 1958.




Alberto Giacometti em seu ateliê.

“Alberto Giacometti (1901–1966) é um dos artistas mais importantes do século XX. Nascido na Suíça, ele se instala em Paris em 1922, onde permanece até sua morte. De 1925 a 1965, sua produção acompanha os grandes movimentos da modernidade: cubismo, surrealismo, abstração e retorno à figuração, sem nunca desviar-se de um caminho exigente, traçado de maneira independente. [...] Além disso, Giacometti aborda questões filosóficas essenciais como a relação entre o sujeito e aquilo que o rodeia, a inscrição do indivíduo no tempo e o papel da memória.”




A exposição ocupa todo o primeiro piso da Pinacoteca, sendo dividida em 12 salas.

A primeira sala – chamada “Uma juventude passada no ateliê” – é dedicada às obras de juventude do artista e às suas primeiras esculturas feitas em Paris. A sala apresenta também retratos de Giacometti feitos por seu pai e seu padrinho, que foram duas figuras fundamentais no desenvolvimento artístico de Alberto.

“O encontro com as artes primitivas”, nome dado à segunda sala, é dedicada à influência da escultura da África e da Oceania em Giacometti.  Nela estão expostas duas de suas obras mais famosas, “Femme cuillère [Mulher colher]” e “Le Couple [O casal]”.


“Femme cuillère [Mulher colher]”



“Le Couple [O casal]”



A terceira sala, “A experiência surrealista”, apresenta “Tête qui regarde [Cabeça que olha]”, obra que fez com que ele fosse notado pelo grupo surrealista, assim como “Femme qui marche [Mulher caminhando]”, de 1932, concebida como um manequim para a Exposição Surrealista, de 1933.



"Tête qui regarde [Cabeça que olha]"




“Femme qui marche [Mulher caminhando]”



Na sala “Objetos”, a criação de peças de arte decorativa mostra o interesse de Giacometti por objetos utilitários, como luminárias, vasos e arandelas.

Também exposta nessa sala, está sua famosa obra “Boule suspendue [Bola suspensa]”, considerada por Breton como o exemplo do que deveria ser uma escultura surrealista.


“Boule suspendue [Bola suspensa]”



A quinta sala – “O que é uma cabeça? As dimensões da representação” – é dedicada à questão da cabeça humana, o objeto central da pesquisa de Giacometti durante toda sua vida.

“A cabeça e, sobretudo, os olhos são a sede do ser humano e da vida, cujos mistérios o fascinavam”.


“Grande Tête Mince”


Na sala “Uma mulher como uma árvore, uma cabeça como uma pedra”, está exposta a escultura que será o “protótipo de suas figuras pós-guerra”, a “Femme au chariot [Mulher com carro]”, que representa a imagem de sua amiga inglesa, Isabel.


“Femme au chariot [Mulher com carro]”


Também estão as famosas obras  “La Clairière [A clareira]” e “Trois hommes qui marchent [Três homens caminhando]”, que particularmente achei incrível, principalmente a segunda, a qual passa a nítida sensação de movimento, de que realmente estão 'caminhando'.



“La Clairière [A clareira]”



“Trois hommes qui marchent [Três homens caminhando]”



Nas salas seguintes estão retratos de sua esposa Annette, de Rita, a cozinheira de sua mãe e até mesmo do intelectual Jean-Paul Sartre, que escreveu dois ensaios sobre a arte de Giacometti - que tratam da questão da percepção. Também estão expostas diversas fotos do artista em seu ateliê trabalhando – na sala 10bis “O ateliê fotografado”. Assim como suas primeiras xilogravuras, expostas na sala 11. Neste mesmo espaço é apresentado o filme "O que é uma cabeça? Ou a passagem do tempo" (2001) que narra a trajetória de Giacometti.



“Annette noire” (1962)



E finalmente, no Octógono, espaço central da Pinacoteca, está a monumental escultura “Homem caminhando”, que integra, juntamente com “Grande Mulher” e “Cabeça monumental”, o importante conjunto concebido para o projeto do Chase Manhattan Plaza, em Nova York, em 1960.

“Cabeça Monumental”

“Grande Mulher”



“Homem Caminhando”



A exposição reúne obras lindíssimas e exóticas, que por serem dispostas em ordem cronológica e temática, é possível ter uma visão clara das fases e pensamentos do artista. Realmente recomendo a todos, e para os mais interessados haverá um ciclo de palestras (22/03, 26/4, 10/5 e 14/6), abrindo com Véronique Wiesinger, diretora da Fundação Giacometti, que falará sobre a mostra e a trajetória artística de Alberto Giacometti.

Não é permitido tirar fotografia das obras.


Serviço

Data: 24 de março a 17 de junho de 2012
Horário: de terça-feira a domingo, das 10h às 18h
Local: Pinacoteca do Estado de São Paulo
End.: Praça da Luz, 2 – Luz
Preço: R$6 (com meia-entrada para estudantes e idosos)
Tel.: (11) 3324-1007














Exposição Teimosia da Imaginação – Dez artistas brasileiros



Por Sophia Nabuco
São Paulo




A exposição visa mostrar obras de arte, como esculturas em madeira, esculturas em barro e acrílico sobre a tela, feitos por dez artistas populares brasileiros, dentre eles: Antonio de Dedé; Aurelino dos Santos; Francisco Graciano; Getúlio Damado; Izabel Mendes da Cunha; Jadir João Egídio; José Bezerra; Manuel Galdino; Nilson Pimenta e Véio (Cícero Alves dos Santos).


A exposição mostra obras de arte pouco conhecidas nas grandes cidades e pouco valorizadas por estas, desta forma busca dar reconhecimento a esses diversos artistas que vivem pela arte e possuem um talento tão grande que merece reconhecimento.
Cada uma dessas obras mostra um modo novo de utilizar a criatividade e nos leva a fundo a entender que elas levam um pouco do Brasil consigo, detalhes que dão a tais obras um estilo tão expressivo deste país. Cada artista se utiliza de um método especifico para criar a obra e conferir autenticidade á seu acervo.

                                                                        Onça
                                                              Antonio de Dedé
                                                            Escultura em madeira
                                                               60 x 26 x 120 cm


A exposição me passou a ideia que existem grandes artistas que apesar de sua simplicidade possuem grandes técnicas e nos mostram por meio de suas artes o verdadeiro valor do nosso país e do artista brasileiro. As obras me prenderam o olhar e me fizeram querer entender cada detalhe, me questionando como obras tão perfeitas em detalhes são realizadas por pessoas tão simples que não precisaram aprender a “ser” artistas. Assim a exposição quebra a ideia de que para ter talento é necessário algum aprendizado especifico.

A árvore da simpatia
Manoel Galdino
Cerâmica
80 x 30 x 30 cm

Achei incrível, por exemplo, a beleza de obras feitas por matérias recicláveis, como as feitas por Getulio Damado, que em todos os detalhes podíamos reconhecer um material usado no dia a dia, como potes de shampoo, telefones, plásticos e entre outros.

Sem título
Getúlio Damado
Técnica Mista
55 x 16 x 72 cm

Cícero Alves Santos, José Bezerra e Francisco Graciano, representavam animais, esculpidos em madeiras, como pedaços de troncos, alguns desses artistas pintavam as obras, outros preferiam deixar na cor original da madeira.
Aurelino dos Santos e Nilson Pimenta retratavam a partir de acrílico sobre a tela, e demonstravam paisagens bem típicas do Brasil.
Apenas algumas obras estavam perduradas na parede ou expostas sobre algum “palco” que as elevava, o mais comum era elas estarem no chão, sem nenhuma proteção que impedia a maior aproximação dos visitantes á obra, o que me deu a sensação de que não havia uma imposição das obras sobre os que a viam.

Cícero Alves dos Santos (algumas obras)

O único problema é que não era permitido tirar fotografias, desta forma retratei o que pude e as demais imagens tiveram que ser retiradas da internet para ilustrar o post. 

Quando: 29 a março a 13 de maio 2012 - de terça a domingo - das 11 ás 20 horas
Onde: Instituto Tomie Ohtake
Quanto: Entrada Gratuita

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Amostra - Wolfgang Tillmans Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM


Por Isabella Pizzingrilli


Wolfgang Tillmans, um dos maiores artistas alemães da atualidade e primeiro fotógrafo a ganhar o Turner Prize (2000), escolheu pessoalmente o Museu de Arte Moderna de São Paulo para fazer sua primeira individual na América do Sul. A exposição, que vem da Serpentine Gallery, de Londres, ganha montagem e recorte exclusivos para a Grande Sala do museu pelas mãos do próprio artista, com obras que não estavam na versão anterior, caso de dois vídeos. 
Nascido em Remscheid (Alemanha), em 1968, e dividindo seu tempo atualmente entre Londres e seu estúdio em Berlim, Tillmans coleciona prêmios e exposições, entre coletivas e grandes individuais, na Europa e América do Norte. Ele foi o primeiro fotógrafo a ganhar, em 2000, o prestigioso Turner Prize, que elege os artistas com menos de 50 anos que fizeram a melhor apresentação de seu trabalho (em exposição ou não) nos doze meses anteriores, concedido pela Tate Britain.











Analisando a exposição pude notar que o artista é muito talentoso. Suas fotos são separadas por temas e mesmo assim são muito diversificadas.  Algumas fotos do artista são um pouco estranhas, mas pra ele, todas tem um sentido. Ele tem fotos dele próprio, de seus amigos, de viagens, festas underground, de experiência feitas em estúdios e até mesmo do céu o que ele mais adora admirar.


As fotos não tem legenda, uma opção do artista. E a grande proposta dele é fazer com que a imaginação de cada um funcione.




Um senhor caído ao lado de uma garrafa de cerveja. Wolfgang retrata exemplos de nosso cotidiano, o que acontece e muitas vezes não fazemos relação.

Papeis fotográfico, com cor feitos por ele. Wolfgang adora o contraste de cores, e como elas caem no papel.

Essa é a foto que eu mais gostei. Nessa foto Wolfgang consegue captar o momento certo em que o rato esta entrando no bueiro.  

Diversas fotos de amigos do artista.


Wolfgang em uma de suas viagens 

Eu e Wolfgang

Achei a exposição linda e muito bem organizada e dividida. Há alguns vídeos em uma das salas, muito interessante também. Eu recomendo!

Quando: terça a domingo das 10:00 as 17:30
O
nde: MAM - Museu de Arte ModernaAté quando: do dia  27 de março a 27 de maioLinks relacionados: http://mam.org.br/exposicoes/ver/wolfgang-tillmans