quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

7x Cidade
Pedro Anversa

 A exposição 7x cidade é composta de obras sete artistas diferentes e suas relações com o ambiente urbano. O interessante vem das diferentes formas de relação de cada autor com a cidade. 





Com a curadoria de Enock Sacramento a exposição conta com a presença de grandes nomes da arte brasileira. Sendo eles Carlos Bracher, G. Fogaça, Gregório Gruber, Laura Michelino, Marcelo Solá, Marilda Passos e Rubens Ianelli. Cada Artista traz em suas obras visuais sensações muito diferentes e interessantes da cidade.


Carlos Bracher










Os quadros de Bracher retratam a cidade de Brasília. Com o uso de tinta em excesso lembram até as pinturas de Van Gogh. Vindo do interior de Minas Gerais suas pinturas passam a sensação bucólica mesmo retratando espaços urbanos.




G. Fogaça








G. Fogaça retrata a cidade de São Paulo com cores noturnas. As pessoas que são retratadas em alguns de seus quadros expostos tem sua figura parecida com mascaras africanas assim como faziam os cubistas. Suas figuras humanas lembram um pouco os quadros de William Blake. 




Gregório Gruber










Diferente dos outros artistas Gregório Gruber retrata a cidade de São Paulo em seus horários de pouca movimentação. Joga sempre com luz em seus quadros. O sentimento de paz flui sobre a mente. Acho que principalmente por sabemos como funciona a cidade de São Paulo. 


Laura Michelino




Uma das duas mulheres escolhidas para a exposição Laura Michelino em sua técnica traz uma ideia quadrada ao pensamento de cidade por pintar fotos tiradas da cidade. Sua técnica também faz lembrar como se a cidade estivesse nevando dando um ar muito interessante.


Marcelo Solá







A obra exposta de Marcelo Solá mistura um pouco de poesia, desenhos e literatura criando assim uma arte que se destaca um pouco das outras expostas. Por se tratar de uma lousa com pinturas e giz traz sempre uma nostalgia infantil à obra.






Marilda Passos








Sem dúvida Marilda Passos é quem trabalha com o maior nível de abstração. De acordo com a artista o trabalho vem de observações de paisagens urbanas. A cor cinza está sempre presente e a impressão de fumaça sempre permeiam as obras.




Rubens Ianelli






Rubens Ianelli trabalha com a ideia de cidades perdidas. Trabalha o imaginário do receptor. Além de quadros Ianelli é o único que traz esculturas feitas por cupins e as pinta. Suas obras lembram sempre algo velho porém futurista como as cidades do filme Star Wars.






Exposição do dia 19 de janeiro a 4 de março, terça-feira a domingo das 9h às 21h. Local na Cultural São Paulo (Paulista) – Conjunto Nacional – Av. Paulista, 2083 – Cerqueira César, São Paulo (SP) - Metro Consolação. Acesse pelo facebook - http://www.facebook.com/pages/Caixa-Cultural/143842305669272?sk=wall&filter=12

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Guerra e Paz - Candido Portinari

por Natália Juliano Ferreira




Foto 1: Eu, Natália, em frente às bandeiras do Memorial da América Latina.
Fotos 2 e 3: Eu atrás de painéis recortados para encaixar seu rosto no meio da obra de Portinari. 
Foto 4: Eu em frente ao painel da exposição ao lado da foto de Candido Portinari, na Biblioteca Latino Americana.


Exposição dos painéis Guerra e Paz (14x10m), os dois maiores e últimos murais pintados pelo artista brasileiro Candido Portinari, que voltaram ao Brasil depois de mais de 50 anos expostos em local de acesso restrito na sede da ONU em Nova York.


Nada melhor do que inaugurar o blog com uma ótima exposição, não é mesmo? Aproveitei o domingo pós-carnaval para ir até o Memorial da América Latina, visitar a exposição Guerra e Paz, que já está em São Paulo desde o dia 7 de fevereiro desse ano. Posso dizer que foi uma experiência de arrepiar!

A exposição se divide em 3 espaços:

  • Salão de Atos Tiradentes: Nesse local estão expostos os dois painéis pintados por Portinari de 1952 a 1956. São murais enormes, com 14 metros de altura por 10 metros de largura cada um, estão dispostos um de frente para o outro em uma sala toda escura (paredes, teto e piso pretos) com focos de luz em ambas as obras. Após 15 ou 20 minutos de apreciação das obras, quando você acha que já explorou a obra inteira, inicia-se um vídeo impecável de aproximadamente 8 minutos. O vídeo me emocionou ao citar o poema "A Mão" de Carlos Drummond de Andrade, escrito logo após a morte do pintor em fevereiro de 1962. Além disso é feita uma análise dos painéis com apoio no poema "A Guerra e a Paz de Portinari" de Fernando Brant, na voz de Milton Nascimento, juntamente com focos de luz que iluminam as partes dos murais conforme elas são citadas no poema.
  • Galeria Marta Traba: Espaço preenchido por uma exposição dos estudos do pintor para criar Guerra e Paz. São cerca de 100 estudos que apresentam a evolução do trabalho, desde o primeiro rascunho feito à lápis, até trechos dos painéis pintados separadamente. Há também recortes de jornais e cartas que mostram a repercussão da obra em todo o mundo, um vídeo que relata como os painéis foram transportados dos Estados Unidos da América para o Brasil, detalhes de sua restauração e montagem. E, nas paredes onde não há obras e rascunhos expostos, há frases emocionantes de pessoas que admiravam o Portinari, entre elas, muitos poetas, diretores de museus de todos os cantos do mundo, outros pintores e amigos próximos.
  • Biblioteca Latino Americana: Há uma sala com vários bancos individuais e fones de ouvido para os visitantes se acomodarem e apreciarem projeções da obra completa de Candido Portinari (mais de 5 mil obras) em ordem cronológica.

Um pouco mais sobre o foco principal da exposição...

Candido Portinari, Guerra, 1952 - 1956.
Pintura sobre madeira compensada naval.
14 x 10 m
(Sede da ONU, NY)

O painel Guerra apresenta tons escuros e frios, predominantemente o azul. Ao contrário do que vemos em obras de outros pintores, Portinari conseguiu passar todo o sentimento da dor de uma guerra sem retratar armas ou sangue. O pintor transmitiu o sofrimento através das expressões estampadas nos rostos das figuras representadas, de suas posições e gestos de choro e corpos de pessoas mortas.

Candido Portinari, Paz, 1952 - 1956.
Pintura sobre madeira compensada naval.
14 x 10 m
(Sede da ONU, NY)

Já o painel Paz traz cores mais claras e predominância de tons dourados e alguns mais vivos, como o laranja, o amarelo e o vermelho. Apresenta figuras alegres, meninos no balanço, rodas de dança, expressões mais felizes e mãos entrelaçadas. A pintura revela uma leveza, harmonia.

"...uma pintura que não fala ao coração não é arte, porque só ele a entende. Só o coração nos poderá tornar melhores e é essa a grande função da Arte. Não conheço nenhuma grande Arte que não esteja intimamente ligada ao povo.
As coisas comoventes ferem de morte o artista e sua única salvação é retransmitir a mensagem que recebe. Eu pergunto quais as coisas comoventes neste mundo de hoje? Não são por acaso as tragédias provocadas pelas guerras, as tragédias provocadas pelas injustiças, pela desigualdade e pela fome? Haverá a natureza qualquer coisa que grite mais alto ao coração do que isso?..."
- Trecho do discurso proferido por Portinari a intelectuais e artistas em Buenos Aires, 1947.  


Tentei tirar uma foto na frente dos painéis para dar à vocês pelo menos uma ideia do tamanho, mas eles são tão grandes que não dá para tirar foto nem com a metade deles!! (Na foto à esquerda estou em frente ao painel Guerra e à direita em frente ao painel Paz)

Para os mais interessados, aqui vão os dois poemas que eu citei lá em cima:

A GUERRA E A PAZ DE PORTINARI
Fernando Brant

"A guerra é uma cavalgada 
cruzando o azul da paisagem
cortejo de fome e de morte
ferindo o coração dos homens

A mulher velando o filho morto
a mulher e a criança chorando
a mãe e a filha em desespero
de cabeças rolando na grama

A guerra são os quatro cavalos
regendo a sinfonia de dores
são os braços erguidos em prece
pedindo o final dos horrores
A paz é um coro de meninos
é a voz eterna da infância
as mulheres dançando na roça
os meninos pulando carniça

É a noiva de branco sorrindo
na garupa de um cavalo branco
a mulher carrega um carneiro
crianças no espaço balançam

A paz está nos meninos
que brincam nos campos da infância
nos homens, nas mulheres cantando
a harmonia, a esperança."



A MÃO
Carlos Drummond de Andrade

"Entre o cafezal e o sonho
a mão está sempre compondo
O garoto pinta uma estrela dourada
na parede da capela,
E nada mais resiste à mão pintora.

A mão cresce e pinta o que não é para ser pintado mas sofrido.

A mão está sempre compondo
módul-murmurando
o que escapou à fadiga da Criação
e revê ensaios de formas
e corrige o oblíquo pelo aéreo
e semeia margaridinhas de bem-quer no baú dos vencidos.

A mão cresce mais e faz
do mundo como-se-repete o mundo que telequeremos.

A mão sabe a cor da cor
e com ela veste o nu e o invisível.

Tudo tem explicação por que tudo tem (nova) cor.

Tudo existe por que foi pintado à feição de laranja mágica,
não para aplacar a sede dos companheiros,
principalmente para aguçá-la
até o limite do sentimento domicílio do homem.

Entre o sonho e o cafezal
entre guerra e paz
entre mártires, ofendidos,
músicos, jangadas, pandorgas,
entre os roceiros mecanizados de Israel,
a memória de Giotto e o aroma primeiro do Brasil
entre o amor e o ofício
eis que a mão decide;
todos os meninos, ainda os mais desgraçados,
sejam vertiginosamente felizes
como feliz é o retrato
múltiplo verde-róseo em duas gerações
da criança que balança como flor no cosmo
e torna humilde, serviçal e doméstica a mão excedente
em seu poder de encantação.

Agora há uma verdade sem angústia
mesmo no estar-angustiado.

O que era dor é flor, conhecimento
plástico do mundo.

E por assim haver disposto o essencial,
deixando o resto aos doutores de Bizâncio,
bruscamente se cala
e voa para nunca-mais
a mão infinita
a mão-de-olhos-azuis de Candido Portinari.



Serviço da exposição:

Entrada franca!

Quando: 3ª a Domingo, das 9h às 18h

Onde: Memorial da América Latina - Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 - Metro Barra Funda - São Paulo, SP

Até quando: 21 de abril

Links relacionados: http://www.guerraepaz.org.br/
(explore os painéis pelo site também!! Dá para ver todos os detalhes bem de perto! Muito bom!)


É isso! Espero que vocês tenham gostado e aproveitem a oportunidade de conhecer a maior obra de Portinari!!

"Os painéis Guerra e Paz representam sem dúvida o melhor trabalho que eu já fiz...Dedico-os à humanidade..."
Candido Portinari em entrevista para a Agencia Reuters em 1957.

Beijos,

Natália Ferreira
Rádio e TV - 3º semestre


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Trabalho - Visita à exposição de Arte

Visita a exposição de Artes Visuais que ainda esteja em cartaz no dia da publicação do post.
Elaboração de texto descritivo e comentário para postagem em blog da sala.

Preste atenção: Não vale exposição permanente de acervo, nem exposições de cunho histórico-ilustrativo do tipo história do futebol, da moda, da arquitetura, da cidade etc. Ou mesmo etnográficas.

A ideia é eleger uma exposição de arte em que o autor da obra exposta tenha eleito o objeto como arte. Vamos seguir a máxima de Duchamp: 
"É arte o que eu (o artista) disser que é arte".
A exposição ou obra de arte escolhida pode estar em qualquer lugar do Brasil ou do mundo, mas deve ter sido visitada pessoalmente pelo autor do post. E deve estar em cartaz na época da publicação no blog.

Alternativa (muito legal!): Intervenção urbana ou arte de rua. Neste caso é necessário descobrir os autores da obra e contextualizá-los. E, claro, nesse caso a obra pode ser permanente.

Cada aluno deverá escolher uma exposição que ainda não tenha sido visitada pelos outros alunos que já postaram seu relato.

Data de entrega: de 01/03 a 31/05 - marcar com a professora
  • 1,0 da N2


A apresentação do conteúdo para o post no blog deverá seguir o seguinte Roteiro de Redação:

  • Título do post: Nome da Exposição visitada
    • Fotografia do aluno no local da exposição
    • Nome do autor do post
    • Descrição breve (até três linhas) da exposição (como aquelas de guia)
    • Comentário livre e pessoal sobre a exposição ou arte de rua ou intervenção urbana que visitou.
    • Imagens da exposição (importante descrever e considerar as dimensões das obras apresentadas) - as imagens podem estar intercaladas nos comentários se o autor do post assim o desejar.
    • Serviço da exposição:
      • Quando (dia e horário de visitação):
      • Onde:
      • Até quando:
      • Links relacionados:
Atenção!
  • Só obterá um ponto o aluno que cumprir com todos os itens desse roteiro.
  • Sobre as fotografias: Se for proibido fazer fotografias no local da exposição a NORMA DEVERÁ OBVIAMENTE SER RESPEITADA. Mesmo assim, você deverá produzir uma fotografia sua em local público próximo à exposição visitada. Seja criativo!
  • Imagens da exposição poderão ser buscadas na internet ou no material de divulgação do museu ou da galeria. NADA DE COMETER ALGUMA ILEGALIDADE EM NOME DA DISCIPLINA. (E me desculpem a caixa alta).